episiotomia = cirurgia cesariana
(...)
Em geral, o bebê, semidrogado, supertenso e exausto, é incapaz de respirar, mesmo que lhe seja dado bastante tempo para fazê-lo. As muitas coordenadas musculares estão confusas e trabalhando mal. Seu corpo só está reagindo; há muito tempo todas as interações sincronizadas foram destruídas. Acrescentando-se a seu prolongado modo de privação de oxigênio, quando é finalmente sugado ou agarrado para fora de sua mãe, sua entrada ocorre numa arena iluminada e barulhenta, cheia de criaturas mascaradas e máquinas zunidoras. (Somente o zunido da luz fluorescente já uma sobrecarga, muito mais a própria luz fluorescente, que, como deixa claro a maior autoridade em iluminação, John Ott, é desastrosa para o bebê. Aparelhos de sucção são fixados na boca e no nariz, a pálpebra virada para aquela luz que cega e dói, e químicos muito mais dolorosos são pingados nos olhos abertos. Ele é segurado pelos calcanhares, batem-lhe nas costas e submetem-no ao respirador mecânico; neste período crítico e de pouco oxigêncio, o cordão umbilical é cortado. Limpam-lhe um pouco o sangue da episiotomia (que deixará sua mãe fora de cena por bastante tempo); colocam-no em uma balança fria, para ser pesado como qualquer outro pedaço de carne em açougue; é embrulhado (sobretudo para protegê-lo daquelas terríveis correntes de ar); é despachado para um berço de enfermaria, berrando de medo e terror, se tiver sorte; ou então é levado às pressas semiconsciente e semimorto para uma incubadeira, destino muito pior que o do berço, se tiver menos sorte.
A Criança Mágica, Joseph Chilton Pearce, tradução de Cinthia Barki. Francisco Alves.
Agora eu acredito que parto normal dói menos, então, né...
Em geral, o bebê, semidrogado, supertenso e exausto, é incapaz de respirar, mesmo que lhe seja dado bastante tempo para fazê-lo. As muitas coordenadas musculares estão confusas e trabalhando mal. Seu corpo só está reagindo; há muito tempo todas as interações sincronizadas foram destruídas. Acrescentando-se a seu prolongado modo de privação de oxigênio, quando é finalmente sugado ou agarrado para fora de sua mãe, sua entrada ocorre numa arena iluminada e barulhenta, cheia de criaturas mascaradas e máquinas zunidoras. (Somente o zunido da luz fluorescente já uma sobrecarga, muito mais a própria luz fluorescente, que, como deixa claro a maior autoridade em iluminação, John Ott, é desastrosa para o bebê. Aparelhos de sucção são fixados na boca e no nariz, a pálpebra virada para aquela luz que cega e dói, e químicos muito mais dolorosos são pingados nos olhos abertos. Ele é segurado pelos calcanhares, batem-lhe nas costas e submetem-no ao respirador mecânico; neste período crítico e de pouco oxigêncio, o cordão umbilical é cortado. Limpam-lhe um pouco o sangue da episiotomia (que deixará sua mãe fora de cena por bastante tempo); colocam-no em uma balança fria, para ser pesado como qualquer outro pedaço de carne em açougue; é embrulhado (sobretudo para protegê-lo daquelas terríveis correntes de ar); é despachado para um berço de enfermaria, berrando de medo e terror, se tiver sorte; ou então é levado às pressas semiconsciente e semimorto para uma incubadeira, destino muito pior que o do berço, se tiver menos sorte.
A Criança Mágica, Joseph Chilton Pearce, tradução de Cinthia Barki. Francisco Alves.
Agora eu acredito que parto normal dói menos, então, né...